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A COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO DE CRÉDITOS APÓS O ENCERRAMENTO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL: ANÁLISE DO AGINT NO CC 198987/SP

Entenda como o STJ define a competência para a execução de créditos após o encerramento da recuperação judicial e suas implicações para empresas e credores.

A recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no AgInt no Conflito de Competência 198987/SP reafirma um tema essencial do Direito Empresarial : a competência para a execução de créditos após o encerramento da recuperação judicial. O julgamento, realizado em setembro de 2024, envolveu a possibilidade de execução de crédito por parte do tribunal trabalhista, após o encerramento da recuperação judicial de uma empresa.

Este artigo analisa detalhadamente os pontos centrais do acórdão, destacando suas implicações práticas para empresas em recuperação, credores e advogados que atuam na área. Ao longo do texto, abordaremos os fundamentos jurídicos da decisão e a sua importância para aqueles que desejam contratar um advogado empresarial especializado em recuperação judicial e execução de créditos.

1. O Caso Concreto: O Conflito de Competência

O caso julgado pelo STJ envolveu uma discussão sobre qual juízo seria competente para a execução de um crédito trabalhista após o encerramento da recuperação judicial de uma empresa. A controvérsia surgiu porque o julgamento trabalhista determinou a execução de um crédito não permitido na recuperação, o que levou à alegação de possível usurpação de competência do juízo empresarial.

O relator do caso, Ministro Raul Araújo , destacou que, uma vez transitada em julgada a sentença de encerramento da recuperação judicial, a competência do juízo recuperacional deixa de ser exclusiva para a satisfação dos créditos concursais. No entanto, o crédito trabalhista em questão deveria respeitar as regras do plano de recuperação judicial , não podendo ser executado pelo valor integral acrescido de encargos legais, conforme previsto no artigo 49 da Lei 11.101/2005 .

Esta decisão é relevante para escritórios de advocacia empresarial , pois reforça a necessidade de uma atuação estratégica no planejamento da recuperação judicial e na habilitação de créditos.

2. O Princípio da Universalidade na Recuperação Judicial

A Lei 11.101/2005 estabelece que, uma vez deferido o pedido de recuperação judicial, todos os créditos existentes até os dados que devem ser submetidos ao plano de recuperação. Isso significa que os credores não podem buscar execuções individuais que contrariem os termos aprovados no plano.

No entanto, o STJ já decidiu em outros precedentes que, após a encerramento da recuperação judicial, desaparece a competência exclusiva do juízo da recuperação para a satisfação dos créditos. O problema surge quando um crédito não habilitado antes do encerramento da recuperação tenta ser executado fora das regras do plano .

O STJ reforça esse entendimento ao citar o julgamento do REsp 1.655.705/SP , onde se decidiu que os créditos não habilitados antes do encerramento da recuperação devem respeitar os efeitos da novação , ou seja, não podem ser executados pelo valor original, mas sim conformes com as condições impostas no plano de recuperação.

Isso tem implicações diretas para empresas e credores que não participaram do processo de recuperação judicial. Contratar um advogado empresarial para monitorar esses procedimentos torna-se essencial para evitar execuções indevidas ou perdas financeiras desnecessárias.

3. A Importância da Habilitação de Créditos na Recuperação Judicial

O acórdão analisado reforça a necessidade de que os credores habilitem seus créditos durante o processo de recuperação judicial. Isso porque, caso um crédito não seja habilitado, ele poderá ser novado automaticamente pelo deferimento do pedido de recuperação, submetendo-se aos efeitos do plano, conforme o artigo 49 da Lei 11.101/2005.

As investigações do STJ foram claras ao afirmar que a habilitação de crédito não é obrigatória , mas é uma faculdade do credor . No entanto, aqueles que não se habilitarem antes do encerramento da recuperação podem perder o direito de executar a totalidade do seu crédito em justiça individual, sendo obrigados a respeitar as regras do plano de recuperação.

Essa questão é particularmente importante para empresas credoras que precisam definir sua estratégia de cobrança. Escritórios de advocacia empresarial especializados podem ajudar empresas a garantir a melhor estratégia para recuperar seus créditos sem surpresas futuras.

4. O Papel do Juízo Trabalhista na Execução de Créditos Concursais

Um dos pontos mais polêmicos do julgamento foi a atuação do julgamento trabalhista na execução do crédito após o encerramento da recuperação. De um lado, os tribunais trabalhistas tradicionalmente se veem como competentes para decidir sobre a satisfação de créditos trabalhistas, mesmo quando a empresa passou por uma recuperação judicial.

Por outro lado, o STJ reafirma que, mesmo após o fim da recuperação judicial, o crédito deve seguir as regras do plano aprovado . Isso impede que a justiça trabalhista execute um crédito pelo valor integral , desconsiderando a novação imposta pela recuperação.

Portanto, os credores trabalhistas devem estar atentos à necessidade de habilitação tempestiva de seus créditos. O acompanhamento jurídico por um escritório de advocacia empresarial especializado pode evitar que os direitos sejam limitados na razão da aplicação do plano de recuperação.

5. Implicações Práticas para Empresas e Credores

A decisão do STJ no AgInt no CC 198987/SP traz implicações importantes para empresas em recuperação judicial e seus credores:

  1. As empresas em recuperação judicial devem garantir que todas as suas obrigações sejam corretamente incluídas no plano, evitando disputas futuras.
  2. Os credores que não habilitam seus créditos podem perder o direito de repetir-los pelo valor integral após o encerramento da recuperação.
  3. A atuação do julgamento trabalhista na execução de créditos deve respeitar as regras do plano de recuperação, impedindo que os credores recebam valores superiores ao previsto.
  4. O acompanhamento jurídico especializado é essencial para evitar prejuízos e garantir a correta interpretação das regras da recuperação judicial.

Conclusão: A Importância da Assessoria Jurídica em Recuperação Judicial

A decisão do STJ reforça a necessidade de um planejamento jurídico adequado para empresas que passam por um processo de recuperação judicial e para credores que desejam resguardar seus direitos. A correta habilitação de créditos e o respeito ao plano de recuperação são aspectos cruciais para garantir a segurança jurídica das partes envolvidas.

O escritório Barbosa e Veiga Advogados Associados possui ampla experiência em Direito Empresarial, atuando na assessoria jurídica para empresas em recuperação judicial e credores que buscam a melhor estratégia para a execução de seus créditos. Contratar um advogado empresarial especializado pode fazer toda a diferença na proteção de seus interesses.

Se sua empresa enfrenta desafios financeiros ou se você é credor em um processo de recuperação judicial, entre em contato com nosso escritório e descubra como podemos ajudá-lo a garantir seus direitos.

Saiba mais sobre recuperação judicial e direito empresarial no site do escritório Barbosa e Veiga Advogados Associados: Acesse aqui .

Fonte: https://scon.stj.jus.br/SCON/ – AgInt no CC 198987 / SP

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